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Mostrando postagens de outubro 1, 2008

Machado de Assis: Feliz ano velho

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por Carlos Faraco*   Enterro de Machado de Assis Quando Carolina Novais morreu, em 1904, a vida de Machado de Assis desmoronou. “Foi-se a melhor parte da minha vida, e aqui estou só no mundo (...). Aqui me fico, por ora, na mesma casa, no mesmo aposento, com os mesmos adornos seus. Tudo me lembra a minha meiga Carolina. Como estou à beira do eterno aposento, não gastarei tempo em recordá-la. Irei vê-la, ela me esperará.” Para Machado, o “eterno aposento” se abriria quatro anos mais tarde. O desapego à vida dá agora o tom das cartas de Machado aos amigos: “Após trinta e cinco anos de casados é um preparo para a morte”. (28 de out 1904) As únicas coisas que o mantinham vivo eram o carinho dos amigos – tantas vezes expresso em cartas –, o interesse pela literatura e pela Academia Brasileira de Letras, que ajudara a fundar em 1896, e da qual fora eleito presidente primeiro e perpétuo. “Faço o que posso, mas para mim o trabalho é distração necessária” (0