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Mostrando postagens de outubro 8, 2008

Cíntia Moscovich

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Cíntia Moscovich. “ Poderia ter seus sessenta, no máximo sessenta e cinco anos. Beleza, não; ao menos não se diz de um homem daquela idade que é bonito. Demonstrava, no entanto, a altivez de quem ocupa uma posição. Não era alto, mas o corpo tinha contornos de firmeza. Os óculos de hastes finas eram um halo a emoldurar os olhos cinzentos; os cabelos, raros; a testa alteada como a de um fidalgo. O vinco entre as sobrancelhas tornava-se um exaspero sobre o peso do rosto. ” (O tempo e a memória In Arquitetura do Arco-íris, fragmento) Assim começa um dos contos dessa escritora gaúcha que escreve uma literatura dos que são deixados às margens sociais - podemos assim dizer. Os homossexuais, os gordos etc. são sempre os sujeitos da vez em seus romances e contos. Em sua obra Por que sou gorda, mamãe? publicado em 2006 pela Record, Cíntia coloca-se como narradora em primeira pessoa criando um jogo de fundir a ficção com a realidade.  O romance é estruturado como uma carta à mã