Duas linhas sobre o encontro com Maria Teresa Horta

Por Pedro Fernandes

Eu e a escritora Maria Teresa Horta, Salvador, 2009. 

1. Embora soubesse da publicação de vários outros títulos de poesia, pela leitura esparsa na web, conheci o nome de Maria Teresa Horta através de uma fala da professora Conceição Flores em 2007, quando ela se propôs a uma relação intertexto com a obra de outra Teresa, Teresa Orta (leia mais aqui).

2. Logo depois da fala de Conceição Flores encontrei a edição das Novas cartas portuguesas escrita por Maria Velho da Costa e Isabel Barreno. Para quem não conhece este texto, fica a recomendação: as três escritoras planejaram a ideia ainda durante o conturbado período da Ditadura Militar em Portugal e foi publicado em 1972, pela Estúdios Cor. Trata-se de uma reunião de cartas, ensaios, poemas e vários fragmentos dispersos, ora em língua portuguesa ora em língua francesa. A obra é inspirada nas famosas Cartas portuguesas (título francês do século XVII publicado por Claude Barbin); as Cartas francesas são cinco epístolas supostamente escritas pela freira portuguesa Mariana Alcoforado após envolver-se com o cavaleiro francês Noel Bouton, no Convento da Conceição em Beja. As Cartas das três Marias (foi assim que o grupo ficou conhecido em Portugal) foi censurada pelo regime, o que causou um celeuma ao redor do mundo: da França, por exemplo, as escritoras receberam o apoio de nomes como de Simone de Beauvoir.

3. Depois, em setembro de 2009, Maria Teresa Horta veio a Natal por ocasião do Seminário Internacional Mulher e Literatura. O evento homenageava a escritora e a poeta brasileira Diva Cunha. Foi quando ouvi, em êxtase a fala da escritora; uma fala que só encontro um adjetivo para assinalá-la: magna. Entre a poesia e o registro da poesia pela palavra. Quando esteve no Rio Grande do Norte, apresentou um livro com poemas escritos no Brasil: Poemas do Brasil (Editora Brasiliense).

4. Quinze dias depois a reencontrei em Salvador por ocasião do Congresso Internacional de Professores a Associação Brasileira de Literatura Portuguesa; e, novamente, depois de assisti-la numa fala sobre as mulheres e a literatura, num encontro pelos corredores da Universidade Federal da Bahia tomei coragem de trocar algumas palavras com a escritora e o resultado final é a imagem que ilustra esta post; claro os bastidores sobre fica para mim.

5. Além dos títulos que citei, uma busca na web leva o leitor a saber que  Teresa Horta é autor de uma extensa obra que transita entre os diversos gêneros literários: Espelho Inicial, Tatuagem, Cidadelas Submersas, Verão Coincidente, Amor Habitado, Candelabro, Jardim de Inverno, Cronista Não é Recado, Minha Senhora de Mim, Poesia Completa (dois volumes), Minha Senhora de Mim. 



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