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Os fragmentos de uma geometria a Leontino Filho

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Por Pedro Fernandes Quantas faces comporta um poeta? Drummond em seu “Poema de sete faces” deixou, entrever, pelo signo que nomeia o próprio poema, que seriam sete. Fernando Pessoa, entretanto, rompe as contas e se fez “em mais pedaços do que havia loiça no vaso”. Dessa pergunta, instituo outra. Em que consiste a arte poética? Jorge Luis Borges em “Arte poética” “enumera” alguns dos fazeres. Murilo Mendes põe todas as enumerações possíveis em três versos: “Os diversos personagens que encerrei/ Deslocam-se uns dos outros, fundam uma comunidade/ Que eu presido ora triste ora alegre.” E Mia Couto, numa de suas avalanches poéticas, completa: “e eu invento o que escrevo/ escrevendo para me inventar”. Se fôssemos buscar uma face que definisse Leontino Filho, diríamos, que todas as faces possíveis começa e finda somente numa: a de ser poeta. E isso não o faz, em momento algum, inferior à ordem dos que se multiplicaram para ser-se. Sua unidade o faz tão plural quanto. E me refiro