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Mostrando postagens de setembro 16, 2014

O anjo mudo, de Al Berto

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Por  Pedro Belo Clara Nascido Alberto Raposo Pidwell Tavares, na cidade de Coimbra, este autor de pseudónimo genialmente óbvio (sugerindo através da parcial divisão silábica uma certa fragmentação do “eu”) será por certo um dos mais criativos e notáveis escritores que o século XX português terá conhecido, sem que, de modo algo irónico ou talvez contra-corrente, ao mesmo se lhe tenham concedido as honras devidas. Se falamos de prémios, base de consideração sempre tão vaga e subjectiva, esses ainda em vida os recebeu: em 1988, o Prémio Poesia do Clube PEN Português; e em 1992 a honraria de ser instituído oficial da Ordem Militar de Santo'Iago da Espada. A questão prende-se antes com a perpetuidade do seu trabalho literário, ainda que o desaparecimento precoce do autor possa de algum modo ter contribuído para tal. Isso e o facto de Al Berto nunca ter sido, de todo, um “escritor de modas”. Devido a esse mesmo factor, a sua voz marcadamente poética tornar-se-ia numa das mai