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Mostrando postagens de maio 18, 2015

Deambulando por Bukowsky

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Por Maria Vaz Escrevo-vos para falar de Bukowsky: um autor além dos atributos coloridos que a imposição estética, por sensibilidade ou senso comum de quem escreve, impinge às palavras. A verdade é que a grande maioria dos escritores, e sobretudo dos poetas, colore a realidade para que ela pareça mais interessante, iluminada, quase mágica. Bukowsky nunca fez questão disso. Pelo contrário. Escrevia para transmitir aos outros a sua verdade, naquilo que parece constituir uma espécie de ritual vocacionado à auto-percepção da realidade, como se a escrita lhe proporcionasse a obtenção de um qualquer espasmo de sentido relativamente às experiências que a memória não deixa esquecer. Expôs, como poucos, o preto e branco da realidade quotidiana de alguém que vivia na busca de algo que não encontrava, enquanto vivia uma relação de amor e ódio com a solidão. Incorporou o ‘carpe diem’ – em que se avulta a incerteza da pós-modernidade – através da renúncia de um ‘eu’, que se perdia no ‘go w