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A cristalização do universo de Joyce: “Stephen herói” e “Os mortos”

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Por Alfredo Monte 1 Durante a primeira década do século XX, quando tinha vinte e poucos anos, James Joyce produziu os contos que, publicados somente em 1914, formam a coletânea  Dublinenses ; por essa mesma época também se dedicava a um imenso manuscrito,  Stephen herói  [ Stephen hero ], no qual inovava radicalmente uma das linhas mais fortes da ficção europeia, a do “romance de formação”. Ao contrário de Goethe (o ciclo Wilhelm Meister) ou Keller ( O imaturo Henrique ), não se tratava de um autor já vivido meditando e recapitulando o aprendizado de um jovem (geralmente, um artista), e sim do próprio autor em formação relatando esse processo enquanto o vivia. E não através da mera transposição autobiográfica, como é comum (ainda mais em escritores iniciantes), pois a Joyce pouco interessava o anedótico pessoal (pelo menos, nesse período de composição do romance de estreia), planejando que avultasse o lado “épico” da escolha do destino como poeta (daí o altissonant