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Mostrando postagens de maio 24, 2016

Pär Lagerkvist

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Nem todos os escritores escrevem pelas mesmas causas, nem por idênticas razões; para alguns, escrever significa uma via de escape ante tanta asfixia e tanto excesso de realidade. Como disse o especialista da desesperança, Émile M. Cioran: “coloco-me as correntes da ilusão porque tanto excesso de realidade me dá náusea”. As obras de Pär Lagerkvist são, nesse sentido, um verdadeiro enigma, uma insondável esperança sobre a arte de dizer o indizível, um trânsito necessário entre a vivência (o real) e a ficção. Escrever, para ele, é uma prática que comporta, de certa maneira, um ritual cerimoniático parecido em muitos casos com o ato sagrado; escrever tem certo parentesco com uma liturgia particular onde o factível do mundo circundante ou a objetividade empírica do dado, é submetida à permanente catarse. Por essa razão, o escritor Prêmio Nobel de Literatura, é considerado um daqueles autores altamente originais; sua obra mostra um interesse pela realidade social e política e,