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John Berger. Retrato de um emigrante

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Por Matías Serra Bradford John Berger quando completou 90 anos, em 2016. Foto: Eric Hadj Conheceu o inferno num colégio inglês, quando criança, onde casualmente nasceu sua ideia de armar “uma conspiração de órfãos” regidos pela impertinência. Um lugar que sem dúvida favoreceu a semente de sua ambição por escapar de uma ilha provinciana e ir para um continente com horizontes mais amplos, mas altos. Vivia na França, mas tinha uma queda especial pela Polônia, porque os poloneses “respeitam os segredos”. Sua cidade favorita era Bolonha, berço de seu admirado Giorgio Morandi, sobre quem disse, certa vez: “Seria fácil descartá-lo como um artista cuja sensibilidade é tão delicada que só poderia se considerar anêmica”. Obcecado com as migrações forçadas, era um homem que caminhava rápido porque lhe parecia mais cansativo caminhar devagar. A velocidade de sua adorada bicicleta exigia-lhe uma concentração absoluta no presente, algo que, admitia, o acalmava. Sua vida favorita de um p