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A casa de ler no escuro, de Maria Azenha

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Por Pedro Fernandes A vida pode ser uma mulher atravessando a rua A mulher pode ser uma criança com uma flor de cinzas na boca A flor pode ser um homem enforcado na lua Os versos que abrem este texto são do poema “Aviso”, do livro A casa de ler no escuro , um dos vários títulos da poeta portuguesa Maria Azenha – este publicado no Brasil e entre os melhores de poesia editados por aqui em 2016. Antes de olhar mais de perto a antologia, é preciso sublinhar que o livro é um pequeno ponto na constelação poética da poeta, porque sua singularidade divide lugar com outros poemas como os reunidos em De amor ardem os bosques . Neste, há todo um trabalho em torno da palavra que nomeia a obra, o que não chega a constituir o diferencial de A casa , porque aí as preocupações do eu-poético são também outras. Mas, em De amor tudo está alinhado para um só propósito e sua poesia é percepção simbólica em torno de uma palavra, como águas que correm para um mesmo reservatório. Trata-se