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Mostrando postagens de setembro 6, 2017

Coração e alma, de Katell Quillévéré

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Por Pedro Fernandes A literatura de cunho pedagógico remonta uma longa tradição cuja função foi definitiva para modelar algumas das maneiras como passamos a compreender o mundo. Uma das correntes desse modelo na França tem representantes que vão das fábulas de La Fontaine a textos de Jean-Jacques Rousseau. E não é que tenha deixado de existir, mas o terreno de agora já não dispõe do glamour do passado. Numa época, então, em que se privilegia o leitor perspicaz, capaz de construir por outros caminhos sua compreensão das coisas, ou ainda, o capaz de construir com sua própria visão a partir dos sentidos construídos de obras de natureza diversa, o tom, até certo ponto, autoritário da pedagogização caiu em desuso e se tornou matéria de péssimo ou duvidoso gosto. É claro que ninguém é obrigado a nada, mas a maneira de se perceber conduzido por alguém que deseja de maneira muito clara lhe conduzir a um destino pré-determinado não agrada. Principalmente pelo tom farsesco e artifici