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Mostrando postagens de setembro 19, 2017

A ignorância, de Milan Kundera

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Por Christopher Domínguez Michael Não sem certa culpa descobri, ante A ignorância , que há quinze anos não lia um romance de Milan Kundera. A brincadeira (1967), A vida está em outro lugar (1973) e O livro do riso do esquecimento (1978) formam uma trilogia essencial na e sobre a história contemporânea da Europa. Irei mais longe: Kundera foi decisivo para que muitos leitores ocidentais rompêssemos as últimas amarras sentimentais e simbólicas com o universo stalinista. Quando vivíamos à sombra da cinzenta árvore da ciência, perdíamos o tempo buscando em Trótski, Bruno Rizzi, Charles Bettelheim ou Rodolf Baho uma iluminação teórica que prometia entender esse eufemismo chamado “real socialismo”. Kundera, com essa convicção não apenas brinda a arte do romance, aparece para permitir, às vítimas da ilusão lírica, o festejo da queda do Muro de Berlim em 1989. Mas a história castiga seus profetas. Kundera, nascido na antiga Tchecoslováquia em 1929 e refugiado em Paris desde